13 fevereiro 2006

Menina que pede para beber...

Aqui está uma daquelas histórias que já pode entrar para os grandes livros de balelas e palhaçadas, como o já conhecido "Mitos Urbanos" ou o "Mails em cadeia que, apesar de serem obviamente ridículos, ainda conseguem convencer uma mulher a reenvia-los".

Bem se não existem estes livros já deviam existir, nem que fossem naquelas colecções Reader's Digest, vendidos ao lado dos conhecidos romances de cordel "Natacha","Vivianne",etc...hum onde é que eu ia mesmo?...

Ah bom começemos então com a dita cuja, uma história de suspence que sucedeu a um primo distante de um cunhado de uma senhora que andou com a minha bisavó na primária de nome Barrasco.

Já a umas altas horas pela noite fora, depois de uns finos, tremoços, whiskys-colas, e ainda uns minuins no bucho, e mais uma hora de espera para entrar, aqui encontramos o vosso amigo Barrasco, na grande Estação da Luz.

Nessa capela de visões assombrosas, que caminham e dançam sob mini-saias e mini-blusas, todo o cuidado é pouco para o incauto masculino.

A jovem ovelha tresmalhada para entrar, passa uma hora de tortura na fila (ou mais, se tiver uma tromba de cigano), a ver os casalinhos e playboys acompanhados de 5 fêmeas a passar à frente. Quando chega a altura tão esperada, já a ovelha pobrezinha se encontra em tal estado de euforia ou felicidade orgásmica, que já nem repara no carimbo dos 10 ou 15 euros de consumo obrigatório…

Ao som de uma música sensual é impossível não reparar na exposição de arte humana moderna, que dança energeticamente num ambiente crescente de tensão sexual. É neste contexto vertiginoso que alguém se aproxima de Barrasco.

Ela é uma tigreza sem garras à mostra, e os seus olhos quase imploram submissão. Claro que o nosso herói, à conta a que já está, só consegue notar nas curvas da gatinha. O monumento pára à frente dele, e há aquele momento suspenso numa tensão crescente, presos num olhar intenso. A nossa menina não perde tempo e lança a pergunta inocente:

“Olha, isso é whisky-cola que estás a beber?”

É impossível não olhar neste momento para os olhos pedintes da gatinha, com o seu copo vazio na mão. Barrasco começa a pensar na próxima jogada, após lhe oferecer uma golada da sua bebida, ao mesmo tempo que responde simplesmente:

“Sim.”

E pronto. É aqui que começa uma história de amor, sexo, aventura….


Hehe enganei-vos bem! Ok pronto voltemos à realidade…

E pronto. É aqui que se dá a verdadeira tragédia grega. No segundo mais rápido da vida de Barrasco. A felina diabólica pega no copo da vítima, despeja implacavelmente o seu conteúdo para o seu copo e vira-lhe as costas. Barrasco teve nesse instante o flash dos 5 euros que lhe assinalavam furtivamente no cartão, enquanto lhe consagravam o whisky-cola, agora foragido.


Mas que honra haveria se o nosso protagonista não seguisse a predadora? Barrasco agarra no ombro da tigresa e esta lança-lhe um olhar de escárnio e tão profundo que dá a sensação de estar a ser incomodada por esta reivindicação legítima. Barrasco pergunta então, completamente indignado:


“Olha, deves achar que sou um palhaço, para no meio de tantos gajos me vires a mim roubar a bebida!”

“Não, só tu é que estavas a beber whisky-cola, por isso…”

“Seja como for dá-me já a bebida sff!”

“Não dou nada!” – Responde a marafona, com um olhar indignado e um tom de voz malicioso.


Agora abre-se já aqui um grande parêntese para explicar a cerne da questão. É o chamado dilema do “Cavalheiro viril contra a rameira desavergonhada”. Passo a explicar:


Caso se tratasse de uma situação mais do tipo “Cavalheiro viril contra parolo bêbado”, todo o indivíduo racional conhece a solução; obviamente, num par de lambadas ou socos, ou na sequência dos dois alternados.


Agora já no caso do “Cavalheiro viril contra a rameira desavergonhada” tal solução é impraticável. Isto porque:

1. Um par de lambadas numa moçoila, por muito merecido que seja, não cabe à cabeça do verdadeiro cavalheiro.

2. Se tal sucedesse, o agressor estaria provavelmente em zona de risco máximo, pois bater numa menina bonita no meio de um exército de otários com o cio e com a mania do cavalheirismo é pedir para levar com ele na fuça.

3. Numa situação extrema, a situação no ponto anterior poderia ser agravada com o aparecimento espontâneo dos gorilas monstruosos, guardiães da Estação. Daí para a frente o resultado será óbvio e doloroso.


Portanto quais as opções do nosso amigo Barrasco? Fechemos o parêntese.


“Então dá-me uma golada que eu já te dou isso!”- Diz Barrasco ao mesmo tempo que pensa:”Vou já beber isto de penalty para a p*** ver como é”.


Foi um esforço ridículo. Ela dá com a sua mão a beber a própria bebida de Barrasco e quando ele puxa para beber mais ela molha-o, para limitar o seu gole.

Nisto pega nas amigas rameiras dela e mergulha no mar de pilas no meio da pista.

The End

Existem regras de ouro que se devem saber para sobreviver. Uma delas será agora para mim óbvia: “Copo seguro numa mão, perdido na estação.” Ou então reformulando:

“ Menina que pede para beber, só se dá depois de Foder.”

E agora manda isto a todas as meretrizes tuas amigas que achas que fariam isto ao nosso amigo Barrasco.

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